terça-feira, 15 de julho de 2008

Quebrando correntes com o perdão

Quão maravilhoso é Deus.

Me permitam clamar isso... Deus é maravilhoso.

Esse pesqueno desvio no começo deste "post" foi para expressar gratidão a um Pai que providencia tudo de bom para seus filhos, até mesmo os mínimos detalhes. Vejam bem meus queridos, já a alguns dias eu vinha remoendo em minha cabeça um possível texto sobre perdão, derivado das tocantes e poderosas histórias que tenho lido no livro "Maravilhosa Graça", do renomado autor cristão Philip Yancey.

E, o que isso tem a ver?

Simples... Papai pavimentou meu caminho. Quando Jonye falou sobre a "corrente da iniquidade", no "toma lá, dá cá" (post passado: Não, eu não quero ler o jornal) e, quando Huldyana citou o verso 25 do capítulo 11 de Marcos (post retrasado: Falar com Deus); eu só conseguia pensar:

Obrigado Pai.

Pois aquele texto bíblico postado por Huldyana, e, a idéia apresentada por Jonye, serviram para pavimentar o caminho para o que tenho a dizer em seguida...

Então, para começar, uma pergunta:

Quem já ouviu falar de Oliver Cromwell?

Para os que não conhecem, Oliver era um carinha importante aí, um tal de Lord Protetor da Inglaterra, eleito em 2002 um dos dez ingleses mais importantes de todos os tempos. Título bonito, pessoa importante, amado por muitos... mas odiado por tantos outros.

Ora, nosso caro "amigo" Oliver foi responsável pelas mortes de vários católicos na Irlanda pelos idos de 1600 e tantos (dentre os motivos dados, supostamente para fazer a vontade de Deus). Bem, em meio à própria rivalidade entre protestantes e católicos, os atos de Cromwell, serviram como "lenha" pra "fogueira", e, eis que nasceu aí uma "corrente da iniquidade". Um bate de cá, outro bate de lá, ninguém perdoa ninguém e o ciclo continua através de séculos, destruindo vidas, incitando o ódio e acabando com a felicidade de muitos.

Avancemos um pouco o tempo para 1987 (o ano em que eu nasci, diga-se de passagem), na cidade de Belfast, na Irlanda, onde uma bomba do grupo paramilitar IRA explodiu em meio a um grupo de protestantes que se reuniam em homenagem ao feriado do Dia dos Veteranos. Onze morreram, sessenta e três ficaram feridos. Em meio ao "acidente", estavam Gordon Wilson e sua filha Marie Wilson. Sepultado sob dois metros de concreto, Gordon ouviu as últimas palavras de sua filha enquanto ela segurava sua mão:

"Papai, eu te amo muito".

Naquele momento, Marie wilson se preocupou mais em transmitir seu amor ao seu pai do que transmitir sua indignação para com os membros do IRA. Mais tarde, no leito do hospital, Gordon Wilson, que acabara de perder sua filha querida, chocou o mundo com as seguintes palavras:

"Eu perdi minha filha, mas não tenho ressentimentos. Palavras amargas não vão trazer Marie Wilson de volta à vida. Eu vou orar, hoje à noite e todas as noites, para que Deus lhes perdoe".

Gordon Wilson quebrou as "correntes da iniquidade", e, conforme relata Philip Yancey: "o mundo chorou".

Depois disto, Wilson liderou um movimento pela reconciliação de católicos e protestantes, evitando uma retaliação ao atentado (que tomou sua filha) conforme planejavam alguns dos protestantes radicais, e, mais tarde viria a se encontrar com membros do IRA, perdoando-os pessoalmente. Ele veio a ser membro do senado irlandês, e, quando morreu em 1995 foi homenageado por todo o Reino Unido. Em 28 de julho de 2005, o IRA viria a abandonar a sua campanha armada, uma conquista que eu tenho certeza, em meu coração, que Gordon Wilson ajudou a conquistar.

Meus queridos, nós muitas vezes deixamos de falar com alguém por conta de uma fofoca, dividimos círculos de amizades por conta do fim de um namoro, damos um gelo nos nossos pais por conta da louça, ou, chingamos alguém no trânsito por conta de uma buzinada.

Quem somos nós pra agir desta forma, quando Gordon Wilson perdoou aqueles que tomaram sua querida filha?

Quem somos nós pra agir desta forma, quando Deus perdoa nossas transgressões mesmo após termos moído, humilhado, torturado e assassinado o Seu Filho?

Vocês já pararam pra pensar nisso?

O "Pai nosso" é muito interessante ao carregar as palavras "perdoa-nos os nossos pecados assim como nós perdoamos...", pois, com esta redação, poderíamos interpretar que ele implica que o perdão de Deus e o nosso estão vinculados e, partindo desta premissa, se eu quiser ser perdoado por completo, eu devo perdoar os outros por completo.

Já pensou se eu perdôo quase tudo, e Ele por extensão me perdoasse só "quase tudo"? Quando ele voltasse, eu quase subia.

Meus queridos, vamos quebrar as correntes da iniquidade, vamos acabar com o ciclo vicioso de miséria e violência (seja física ou psicológica) que domina as vidas das pessoas ao nosso redor (e, as nossas)... vamos ser como Cristo, e perdoar.

Peço que reflitam nestas mensagens e guardem os ensinamentos encontrados no Evangelho segundo Lucas, no capítulo 6, versos 36 e 37:

"Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados."

A paz.

2 comentários:

Rebeca Figueiredo disse...

Adorei o texto!
Já conhecia os fatos relatados, mas
nunca pensei sobre o link feito
com o evangelho!
que deus continue dando
inspiração a vocês!
bjs

... disse...

nossa muito bom, gostei muitão!
Não conheço aki, ams gostei muito.. fui visitar o da minha irmã (fernanda; nandinha) e vi esse post novo de vcs... e vim visitar... tremndo! Graça e paz queridosssss! se quiser da uma passadinha no meu depoisss bjokasss!!!!! =)