segunda-feira, 14 de julho de 2008

Não, eu não quero ler o jornal

Eu tenho que confessar que há quase 10 anos eu não ouço mais as músicas da banda Catedral. Não que eu tenha algo contra, apenas decidi ouvir somente música gospel no meu dia-dia. Entretanto, nas últimas semanas, uma frase de uma música deles não me sai da cabeça, principalmente diante dos acontecimentos que tem ocorrido no Brasil e mais precisamente, no Rio de Janeiro:

"Não me diga que o mundo anda mal, hoje eu nem quero ler o jornal, só quero escrever uma canção de amor pra você."

É fato: não há como não correr para Mateus 24.12! A iniqüidade tem se multiplicado de uma tal forma, que fica difícil encará-la todos os dias ao meio-dia ou às oito da noite. É impossível não se comover com a história de um pai e seus filhos adolescentes, que quase foram atropelados ao atravessar uma rua do Rio na faixa de pedestres, com o semáforo fechado para os carros. Mais comovente ainda é saber que esse mesmo pai fez algumas reclamações em alta-voz com o motorista infrator, que voltou, de ré, e espancou o pedestre com uma chave inglesa, causando afundamenteo de crânio, na presença dos filhos adolescentes!

Como não se comover com a estória da menina Isabella, ou do menino João Roberto?! E vamos esquecer os inúmeros casos de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato?! Tem que ter muito sangue-frio pra não se revoltar, se indignar ou se comover com tanta barbaridade.

Mas como reagimos, de fato, a toda essa iniqüidade que nos rodeia? Nós, cristãos que vivemos o mais sublime amor desse mundo?

Só posso responder por mim mesmo, e posso garantir que tem sido difícil "engolir" tanta coisa ruim e sair ileso. Reparei que tenho me tornado mais agressivo no trânsito e tenho sido menos tolerante. Não estou levando qualquer desaforo pra casa.

Vejam só meus amados, como a iniqüidade se multiplica! Você leva "uma" e pra não ficar por baixo, manda "outra". E assim segue, como uma corrente. "A corrente da iniqüidade", que cada vez fica mais forte e perversa, pois antigamente as pessoas erravam e pediam perdão; hoje elas erram e ainda lhe espancam se você reclamar. Antigamente os infratores eram penalizados por seus erros. Hoje, são eles que aplicam as duras penas à sociedade.

Em 1 João 5.17a, nos é mostrado que toda iniqüidade é pecado, e partindo desse princípio alguns estudiosos entendem que o que realmente leva o homem ao inferno é a iniqüidade e não o pecado, pois como se expressa na parte "b" do citado versículo, há pecado que não é para morte. Afinal, é a iniqüidade a grande responsável por esfriar o amor em todo o mundo, e conseqüentemente afasta (mais ainda) o homem de Deus.

Esse pecado desenfreado, eivado de maus propósitos e perversão inconseqüente, tem sido a causa de tantas más notícias nos nossos jornais, gerando em mim uma vontade cada vez maior de não saber das "notícias" do país.

Mas será que essa é a postura correta a ser mantida? Devemos cruzar os braços e clamar fervorosamente para que Jesus volte logo e nos leve o quanto antes desse mundo cruel?

Eu aprendi com todas essas revoltas (até as do trânsito), que cada vez mais eu tenho que exalar o amor de Deus. Se o mundo inteiro precisa de amor, nós somos a sua única saída. Se nos fecharmos nas nossas "tocas-igrejas", orando pra sermos libertos dessa perdição, um mundo inteiro estará perecendo por falta de pessoas que lhes mostrem outra realidade, que mudem suas vidas através de um toque, de um perdão, ou de um simples abraço. Não podemos, repito, não podemos ser levados pela onda da iniqüidade, não podemos ser "abraçados" por essa corrente.

Vamos ser mais Jesus. Precisamos ser mais Jesus, mais Paulo, mais João, que humilhados, rejeitados, mal-tratados, açoitados, pediam a Deus misericórdia não pelas suas vidas, mas pela vida de seus opressores. Eles pediam ao Pai clemência, ao invés de vingança. Quando somos perseguidos, o que temos pedido ao Senhor?

Vamos conseguir mudar o mundo assumindo uma nova postura?

Com sinceridade eu posso dizer que os resultados serão mínimos, pois a multiplicação da iniqüidade e a falta de amor é premissa para o cumprimento dos sinais que farão o Cristo voltar e reinar. Mas quando esse mesmo Senhor voltar, como teremos negociado aquilo que Ele nos confiou? (Lucas 11.27)

Cristo não salvou toda a Judéia, tampouco Paulo ou João. Foram perseguidos, presos e mortos. Mas não deixaram de amar e de espalhar esse amor, e esse amor tocou a muitos e salva milhares de pessoas há mais de 2000 anos.

Não importa se teremos prejuízo. Não importa sermos taxados de "fracos". Não somos desse mundo e não precisamos do reconhecimento dessa Terra, mas sim do nosso reino de origem.

Vamos, sejamos a fonte de calor inesgotável para um mundo tão frio e desgraçado. Sejamos "A corrente do bem", cujo lema é subtrair a iniqüidade e multiplicar o amor! Levantemos o pendão do amor, mesmo em meio às guerras!



Não, hoje eu não quero ler o jornal. Só quero escrever uma canção de amor pra você.

2 comentários:

Héber Lima disse...

Meeeeeu querido xD Post inspirador ;o Tenho algo a agradecer a você e Huldyana, mas isso vocês descobrem quando eu postar amanhã :D

Marcel Melo disse...

Muuito bom mesmo o texto! mais atual impossível.. agora é "treinar" pra colocar em prática! =)