segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Desabafo - Sobre defesas
sábado, 21 de agosto de 2010
Grão de mostarda

Oi?!
Vocês já viram um grão de mostarda? Pois é, eu também nunca tinha visto um "pessoalmente". Mas, recentemente, ganhei um de presente. Ele é minúsculo, redondinho, durinho e exatamente da cor do molho de mostarda (por que será?).
Quem me deu disse que era para que eu me lembrasse todos os dias o quão pequena é esta semente e lembrasse, também, da Palavra na qual diz que se nossa fé for do tamanho de um grão de mostarda, poderemos fazer grandes coisas.
"E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amendoeira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria."
Lucas 17:06
Chegou em boa hora. Tem coisas que a gente sabe mas acaba deixando de lado, não vivenciando, em virtude de diversos fatores que aqui não importam relatar. Entretanto, quando falamos em fé, é intrínseca a ela a condição de existência não importando as circunstâncias ou motivos.
Ora, a fé só existe de verdade se o objeto no qual você acredita não está visível aos seus olhos, se aquilo que você almeja ou espera não está em suas mãos. Quem precisa acreditar que um pássaro pode voar se basta olhar ao redor e os ver por toda a parte voando? Para isso não é necessário a fé; basta a razão.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."
Hebreu 11:1
"Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para a salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé."
Hebreus 11:7
A fé é um instrumento essencial na vida do cristão. Primeiramente, ela é o "escape" dado a nós por Deus para que não nos desesperemos diante dos problemas, tendo a certeza que Aquele a quem entregamos nossa vida a tem na palma de suas mãos; Ele nunca perdeu o controle; nEle esperamos e confiamos; independente das circunstâncias.
E como um processo cíclico e contínuo, através da nossa fé, esse "escape", adoramos e agradamos a Deus pelo fato de confiarmos inteiramente nEle.
"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam."
Hebreu 11:6
"Mas o justo viverá da fé; E se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele."
Hebreu 10:38
Eu sei que você pode estar pensando agora que é fácil falar o difícil é fazer. Bem, fácil não é. Nossa natureza humana pecaminosa é tendencialmente imediatista e necessita do palpável, de "ver para crer". Mas Deus é misericordioso, Ele explicou como a gente faz para conseguir.
"De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus."
Romanos 10:17
Quando tudo vai bem, quando tudo está dando certo você não vai precisar por sua fé em ação. Nos momentos difíceis, quando tudo a sua volta parece ser um enorme buraco negro e quando parece que Deus não está nos ouvindo, esse é o momento de fechar os olhos, ignorar a razão e as aparências e dizer: "Deus, eu posso não estar vendo, sentindo e nem mesmo com muita força para acreditar que tu estás trabalhando e fazendo o melhor por mim. Mas eu escolho confiar em ti. Dê-me forças para que eu rompa com minhas tendências falhas e nunca deixe de confiar em ti. Resolve por mim."
Nós sempre temos uma escolha. Mas Ele sempre nos mostra a melhor delas. Ele nos mostra que a melhor escolha é confiar. As vezes penso como deve ser desesperador não ter Deus na sua vida e não ter em quem esperar, não ter o conforto e a certeza da real felicidade. Graças a Ele que nos dá isso.
"Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, ²¹A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém."
Efésios 3:20,21
Que o Senhor continue nos abençoando e guiando.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
R E S P E I T O
Andar de ônibus, apesar do desconforto, nos proporciona uma coisa muito interessante que é a interação e o observar de perto as pessoas, seus comportamentos e linguagens, coisa que não ocorre quando estamos dentro de nossas “bolhas”, como por exemplo, nossos carros. Não estou dizendo aqui que prefiro andar de ônibus, que fique bem claro, portanto, se alguém quiser me dar um carro de presente, sinta-se a vontade (ressalte-se que eu achei o UNO novo lindo; fica a dica ;D ); entretanto, precisamos achar coisas boas, retirar lições das situações que nos são impostas. Assim crescemos, melhoramos.
Neste sentido, em uma das minhas idas e vindas de ônibus nesta semana, observei um comportamento em particular e, desta vez, para comigo. Estava eu lendo feliz e alegremente meu livrinho do Calvin&Haroldo, me divertindo com as peripécias daqueles dois, quando escutei uma voz que parecia dirigir-se a mim em um tom incisivo com a seguinte frase: “Você quer afastar para lá para eu sentar ai?”; levantei a cabeça e era mesmo comigo, uma senhora estava em pé ao meu lado falando isso.
Não muito feliz com a situação, posto que me senti desrespeitada, respondi calmamente: “Não, eu levanto, afasto e a senhora pode passar e sentar-se aqui do meu lado”. E foi o que fiz. Ela fez uma cara de desdém, passou e sentou-se ao meu lado mesmo contrariada, já que ela queria o meu lugar na cadeira do corredor e eu afastei para que ela sentasse na cadeira junto à janela.
No resto da viagem Calvin&Haroldo ficaram meio desprezados, pois eu não conseguia parar de pensar naquela situação: o ônibus estava vago, bastante vago, acrescente-se, eu não estava nos acentos preferenciais de idosos, mas aquela senhora sentiu-se no direito de querer que eu saísse do meu lugar para ela sentar nele, e mais, ficou com raiva porque eu não o fiz.
Pensando sobre isso tudo, percebi que, apesar do que muitos possam afirmar em vias de “dito popular”, isso não se deve ao fato daquela pessoa ser idosa, mas sim pela falta de educação e amor ao próximo. Já vi muitos idosos carinhosos, compreensivos, educados, que respeitam as pessoas e não acham que podem tudo por serem mais velhos; o respeito está acima disso, independe de idade, sexo, raça, religião ou classe social. Está intimamente ligado à educação e ao temor a Deus.
Se o ônibus estivesse lotado ou se eu estivesse sentada nos acentos preferenciais de idosos certamente cederia meu lugar para ela. Mas é tão absurdo que eu tivesse que sair do meu lugar por um simples capricho e falta de respeito! Educação e amor ao próximo faltaram àquela senhora. Se ela tivesse educação não teria me abordado de forma tão absurda; se ela tivesse amor ao próximo não teria agido comigo como não gostaria que agissem com ela.
A Palavra é clara ao retratar que devemos amar ao próximo como a nós mesmo e que quem não ama ao próximo não pode dizer que ama a Deus, senão vejamos:
Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?
O problema é que, quando falamos em “amar ao próximo”, as pessoas tendem a idealizar essa frase, o que tornaria a ação ordenada impossível. Ao ordenar que devemos amar ao próximo como a nós mesmo, Deus nos mostra que devemos agir com respeito e educação para com os outros, que não devemos fazer aquilo que não gostaríamos de receber. Mostra-nos, ainda, que, acima de tudo, devemos saber que Jesus morreu, também, por aquela pessoa que está ao seu lado e você nem conhece; diante dEle ela tem o mesmo valor que você: o sangue de Jesus derramado na cruz.
Amar ao próximo como a si mesmo significa dizer que você entende que aquela pessoa merece o mesmo respeito que você espera ter, que aquela pessoa tem o mesmo valor que você, que é sua obrigação ajudar aos que precisam quando puder e mostrar a luz de Deus em sua vida. Não significa que por sermos cristãos devemos nos deixar humilhar (lembre-se, é “como a si mesmo”, não acima de si), mas você pode fazer valer seus direitos com educação.
Não importa quantos anos de pastorado alguém tenha, se já leu a Bíblia toda 50 vezes, se está na igreja todos os dias, se faz caridade às instituições: se ainda não entendeu a mensagem central deste texto, se ainda não procura aplicá-la em sua vida, está precisando começar tudo de novo. Temos consciência de que não somos perfeitos, que erramos todos os dias e que todos, redundantemente eu digo – sem exceção –, precisamos melhorar a cada novo dia, conhecer e prosseguir em conhecer a Cristo. Esta simples consciência do que devemos fazer, do que significa o que Deus nos ordenou, já é um bom começo, o passo seguinte e tentar efetivar a idéia.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Fé
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Nome
Comecei a ler o Evangelho segundo João mais uma vez hoje.
Posso dizer que não cheguei a terminar o primeiro capítulo! Estava lendo acompanhado de um bom comentário, e então, ao chegar ao verso doze, me deparo com os seguintes comentários, dos quais farei uma tradução livre (Jewish New Testament Commentary - David H. Stern):
"Aos que crêem no seu nome. O conceito de "nome" no antigo Oriente Médio incluía tudo que uma pessoa era. Nós mantemos senso semelhante hoje quando dizemos que alguém fala em nome de alguém, o que significa que esta pessoa estaria se valendo da autoridade daquela e expressando sua visão. Confiar no nome de Jesus certamente não atribuiu propriedades mágicas ao nome em si."
"O poder de serem feitos filhos de Deus. Não seriam todos filhos de Deus? De certa forma, sim (Atos 17:28); realmente, todos são criados à "Sua imagem" (Genesis 1:26-27). Inúmeras vezes Deus se revela como um Pai (e até mesmo como mãe - Isaías 49:14-15). Mas aqui, ser "filho de Deus" significa ter um relacionamento íntimo e pessoal com Ele, como tiveram Abraão, Isaque, Jacó, Moisés e Davi. Deus falava com Eles pessoalmente, e eles falavam com Ele. E isso é a mesma coisa que sucede a todos quantos venham a depositar sua confiança no Messias [...]"
Bons comentários, mas não necessariamente nada de novo. Acho que toda pessoa com uma Bíblia de estudo já se deparou com idéias semelhantes em algum momento.
Mas, hoje, eu quebrei um pouco mais a cabeça sobre isso.
O debate sobre fé e obras é um debate comum para a igreja; de constante repetição. Há aqueles que insistam veementemente que basta fazer uma oração e dizer que crê em Deus para que a salvação já esteja garantida, aqueles que tentam comprar sua passagem para o "céu" com suas atitudes terrenas, e também aqueles que crêem que sim, a fé salva, mas, só é fé se acompanhada de obras.
Ao meu ver, tal debate se tornou um pouco mais claro hoje.
Jesus e seus discípulos eram Judeus, logo, é possível afirmar que ao se utilizarem de termos diversos, os utilizariam com os significados inerentes ao contexto em que estavam inseridos, e não, digamos, o significado dado pelos habitantes de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, em pleno ano de 2010. Assim sendo, lembramos do comentário destacado...
Um nome engloba tudo que uma pessoa é.
Sua essência e totalidade.
De tal forma, que, na Bíblia, era possível que, uma pessoa mudando de vida, seu nome também mudasse, como foi o caso de Jacó/Israel.
Então, o que realmente significa crer no nome de Jesus?
Ora, me parece claro...
Submissão completa à completude daquilo que Jesus é e representa.
Dentre outras coisas, esse pensamento põe fim ao debate acima citado.
Ora, como dizem por aí, até o diabo crê em Deus. Porém, ele não é o melhor exemplo de pessoa submissa à Deus (ainda que subjugado). Da mesma forma, ninguém é salvo por meramente fazer uma oração uma vez na vida dizendo que crê em Deus e Jesus se essa oração não gera o resultado de que esta pessoa de fato "abandonou o trono de seu coração e o entregou à Cristo" (e, se essa entrega ocorreu, então Deus usará essa pessoa para fazer as Suas obras).
Não se trata de "meramente" crer. Mas sim, de uma entrega total a algo muito maior.
A conversão genuína, e a fé, dão sim espaço para dúvida, na verdade, há quem diga que a fé necessariamente acompanha se não dúvidas, ao menos o espaço para dúvidas. Porém, "crer no nome de Jesus", implica em um novo nascimento, que gera em nós um novo coração; coração este que é marcado por novos desejos e vontades. Os desejos e vontades de Deus.
Pode o crente pecar e/ou sentir desejos pecaminosos? Sim. Somos um trabalho em construção.
Porém, o mais íntimo e profundo do coração do Cristão deseja à Deus, e à Ele agradar. E por isso lutamos contra a dualidade da nossa natureza de carne e espírito, na tentativa de fazer com que o espírito subjugue à carne para agradar ao Espírito, com "E" maiúsculo, o Espírito Santo de Deus que habita em nós.
O que traz mais respostas.
Cristão se questiona e erra, mas, ultimamente, ou melhor dizendo, no fim das contas, Cristão não diz "mas" para Deus.
Não existe Cristianismo seletivo ou parcial.
Não há espaço no relacionamento real com Cristo para coisas como:
Eu quero a benção mas não a cruz.
Eu creio que Jesus era muito sábio mas não sei se ele era Deus.
Eu amo à Deus mas não posso abrir mão disso ou daquilo. Ele me perdoa.
Eu amo a Epístola aos Romanos mas não acredito no Gênesis.
E qualquer "mas" dessa natureza.
Deus, o nosso Deus, é Deus zeloso. Ele nos quer por completo. Entrega total.
É isso que crer em Seu nome significa.
Se submeter à Sua autoridade e idéias, e representá-lo neste mundo.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade."
Na passagem acima vemos pessoas que fizeram "obras" no nome de Jesus serem rejeitadas como "desconhecidas".
Alguém pode se questionar o motivo, mas, o próprio texto o mostra de forma clara.
Cristo, trazendo novamente a questão de que crer implica em submissão à tona, afirma que entra no "Reino" aqueles que fazem a vontade de Deus, e então diz que não conhece estas pessoas que afirmam terem feito obras em seu nome e acusa-os de serem "iníquos".
Mostrando por um outro ângulo...
Eu posso trabalhar para uma empresa, ganhando benefícios por isso, como salário, e, agindo com a autoridade desta, sem crer nos ideais da mesma. Tendo uma relação de mero interesse com ela.
Mas, isso não é evangelho. Isso não é crer no nome de Jesus. Isso não é ser como Abraão, Isaque e Jacó.
Eu não confiaria a vida do meu filho a esta empresa. Assim como, diante de uma oferta melhor, eu prontamente poderia trocar de "Senhor".
Estes homens, faziam coisas em nome de Deus, se valendo de autoridade. Provavelmente, colhiam benefícios disso, como talvez o reconhecimento. E, esperavam ainda mais benefícios, como o ingresso nos céus.
Mas, praticavam a iniqüidade, a injustiça, o que mostra que não compartilhavam dos mesmos ideais, ou, por que não dizer, do mesmo coração que Jesus.
Eles não criam, de fato, no "nome de Jesus". Se de fato cressem, então, neles seria operado um novo coração que almejaria em tudo fazer a vontade do Pai, que é mutuamente excludente com o amor à iniqüidade, à injustiça.
Não dá para servir a dois senhores.
Ou a entrega é total, ou nada foi entregue.
Ou você crê e se submete a uma realidade que engloba a totalidade de idéias, mandamentos, ordenamentos e vontades de Jesus, ou, aquilo em que você diz crer não é Jesus, mas sim, uma idéia sua, sua visão.
Talvez seu deus seja você mesmo. Você vive pelo "seu nome".
É, até o "quem perder sua vida por amor de mim achá-la-á" faz mais sentido quando entendemos em que implica crer em um nome.
Que nós possamos nos analisar e reconhecer os nossos sentimentos mais profundos.
Que possamos identificar quem é que está assentado no trono de nossos corações.
Que possamos realmente entender o que significa crer no nome de Jesus.
E que possamos crer. Entregar. Submeter.
Vem Senhor, toma o que é Teu.
Soli Deo Gloria.