sexta-feira, 3 de julho de 2009

Fé em Deus e pé na tábua (Parte 1)

Eu tenho o péssimo hábito de falar demais, pensar demais, explicar demais, compicar demais.

As vezes, as palavras falam por si (como deveria ser).

Então, compartilho este presente com vocês...

"As estações me lembram que preciso continuar mudando, e quero mudar porque é o caminho de Deus. Eu tenho mudado a minha vida inteira. Mudei de bebê para criança, de brinquedos macios para brincadeiras com punhais. Virei adolescente para dirigir um carro, virei trabalhador para gastar algum dinheiro. Eu me tornarei um marido para amar uma mulher, e um pai para amar um filho. Mudaremos de casa para ficar perto da água, e de novo, para ficar perto das montanhas, e de novo, para ficar perto dos amigos, mudando sempre com minha esposa, vivendo nosso amor até ele morrer e nascer de novo e de novo, como um jardim, alimentado pelas quatro estações, um ciclo de mudanças. Todos têm de mudar, ou morrem. Todos têm de partir, todos têm de partir de casa e voltar, de modo que possam amá-la novamente por razões inteiramente novas.

Quero manter minha mente fértil para as mudanças, de modo que as coisas continuem nascendo em mim, de modo que as coisas continuem a morrer quando chegar a hora de morrer. Quero continuar a me afastar da pessoa que eu era um instante antes, porque a mente existe para descobrir coisas, não para ler a mesma página recorrentemente.

Apenas nas boas histórias os personagens são, no fim, diferentes do que eram no começo. E aquilo com que melhor consigo comparar a vida é com um livro, da forma como ele se estende no papel, página após página, como para enganar a mente e levá-la a pensar que aquilo não está acontecendo ao mesmo tempo.

O tempo também colocou você e eu num livro, este pequeno capítulo que partilhamos, esta cena imaginada, transformando nossos segundos em minutos, nossos minutos em horas. Tudo o que éramos não mais existe, e tudo o que seremos será o que foi. É disso que nascem as histórias, sua matéria-prima estando a nossos pés como fragmentos de filosofia. Às vezes, olho os céus infinitos, o universo no qual não conseguimos ver limite, e pergunto a Deus o que significa. Você realmente fez tudo isso para nos deslumbrar? Você realmente o mantém mudando, girando ao redor dos eixos para afastar o tédio? Não permita, Deus, que sua glória nos distraia. E não permita, Deus, que a ignoremos.

Donald Miller - Fé em Deus e pé na tábua

Um comentário:

Unknown disse...

Verdade. Não podemos nos esquecer de que tudo foi criado por Ele e para Ele, e o quão bom Ele é para conosco, e em quantas coisas está presente.

Legal!