segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Desabafo - Sobre defesas

Olá.

Antes de começar, quero desejar que a Paz do Senhor seja com você, que está lendo este post. Digo isso não por jargão ou mero clichê, mas porque eu sei como é difícil e duro viver uma vida sem esta Paz, e realmente a desejo para mim e para você.

Qualquer pessoa que leia este blog pode perceber que sua atividade e número de posts tem caído com o tempo, o que pode ser considerado um triste fato ou algo normal, uma parte da vida.

Este post não é um indicador de que o blog retome o mesmo nível de atividades que um dia teve, mas, é um novo post ainda assim, e eu peço que você ache em seu coração a disposição e a paciência para o ler...

Para aqueles que não me conhecem, um breve resumo da minha história:

Nascido em berço evangélico, família de pastores, pai professor do Discipulado na Assembléia de Deus.

Ativo na Igreja até os 15 anos de idade.

Decepção com o que entendia ser a hipocrisia da "igreja".

Afastamento.

Dentre outras coisas, confrontado por Deus de que essa "hipocrisia" não existia apenas na igreja, mas em todo o mundo, e especialmente FORA da igreja, a começar por mim.

Volta à igreja em 2007, então com 20 anos.

Criação de laços, crescimento, e um encontro genuíno com Deus em 2008, que fora o melhor, e ao mesmo tempo o pior ano da minha vida.

Eu poderia dizer que experimentei o "primeiro amor" no ano de 2008. Tive meses excelentes, de busca constante, mudança "radical", crescimento, amadurecimento, experiências, testemunhos, e etc.

Mas, ainda em 2008, quando o ano já chegava ao fim, passei por uma "fase de Jó" em que absolutamente nada deu certo na minha vida.

Foi muita dor.

Dessa experiência, tive a confirmação de que Deus DE FATO não nos abandona e permanece Fiel.

E desde já, digo, ache consolo nisso.

Deus é Fiel, e isso também não é mero jargão.

O terrível fim de 2008 foi seguido por um começo de 2009 de busca intensa, e de mais crescimento, um período bom, que trouxe novas mudanças e novos começos.

Mas as coisas ainda assim já não eram as mesmas...

O intuito deste post é um desabafo, uma exposição pessoal de confrontos atuais, que eu espero possa servir para o crescimento de mais alguém além de mim.

Meu "primeiro amor" morreu em 2008.

Tenho percebido que após as feridas daquele ano (e outras ainda mais antigas), se sucederam outras tantas, e que essas cada vez mais tem colaborado para endurecer meu coração...

E eu não sei quantos de vocês, leitores, internautas, blogueiros, twitteiros, talvez estejam na mesma situação.

Mas, eu sei que não estou só.

Basta olhar os blogs, os perfis de orkut, as mensagens de twitter, que facilmente percebe-se uma tendência cada vez maior de se falar em apologética por exemplo.

Apologética, defesa da fé.

Não é ruim, é algo excelente! É bíblico, e dever cristão.

É algo que eu tenho lido bastante, e participado de discussões sobre...

Mas hoje, enquanto lia o Evangelho segundo João, percebi que Jesus fora contrariado por muitas pessoas... Estudiosos de sua época. Pessoas cheias de conhecimento, mas que tinham grande dificuldade em crer e receber algo que fosse diferente daquilo que já viviam e conheciam e que já haviam visto inúmeros auto-proclamados messias.

E então me perguntei:

Se Jesus vivesse hoje, eu O seguiria?

Novamente, por mais comum que seja a pergunta, não a faço por mera repetição, mas porque me abalou profundamente.

A resposta é que provavelmente não, eu não reconheceria em Jesus, o Cristo.

Irmãos, eu luto MUITO contra regrinhas.

Eu vivo dizendo para as pessoas não criarem regras e leis que não estão na Bíblia, para não aprisionarem as pessoas, que Cristo veio para trazer liberdade...

Mas a verdade, é que eu criei minhas próprias regras.

E que muito possivelmente, Jesus não se encaixaria nelas.

E é aí que entra o exemplo da Apologética.

A Bíblia fala, em Mateus 24:12, que por se multiplicar a iniquidade, o pecado, o amor de muitos se esfriará.

É fácil entender isso.

Se pecam contra você, você se machuca, se você se machuca, tem dificuldade em querer o bem daquela pessoa ou no mínimo vai buscar uma forma de se proteger e garantir que você não possa ser machucado da mesma maneira...

Apologética. Defesa da fé.

Ou será que muitas vezes não é mera fachada para "minhas defesas"?

Quero repetir, a Apologética é um estudo válido e um dever cristão.

Não é disso que falo, mas sim da forma como as vezes nos valemos de uma SUPOSTA apologética como mero mecanismo de defesa.

Praticamente todo mundo já se machucou dentro de uma igreja.

São profetadas não cumpridas, imposições de irmãos, falsidade, hipocrisia, mentiras, pesos, cobranças.

"Heresias".

Ou, é debaixo desse nome que "jogamos" todas essas coisas.

Falando sobre mim...

Eu fui muito ferido dentro da igreja, e por meus irmãos.

E o que agora percebo é que esta tem sido a minha resposta...

Se eu vi profecias "furadas", ainda que não tenham sido comigo:

"Precisamos analizar as profecias com muito cuidado! Precisamos saber manter um pé atrás! Como é a vida desse irmão que está falando? Será que a teologia dele é correta?" E o mesmo se aplica para sonhos ou qualquer espécie de "revelação".

E isso é só um exemplo.

Desse tipo de postura, tenho percebido que não somente minha fé tem se enfraquecido como tenho julgado irmãos que já conheço, e tido préconceito com vários que não conheço diante de qualquer indício de "erro teológico" ou "infantilidade pentecostal", prejudicando minha comunhão e me tirando até mesmo oportunidades de ser abençoado pela Palavra sendo exposta e revelada por pessoas que sim, podem ter errado alguma vez na vida (e provavelmente vão continuar errando, por serem humanos), mas que Deus usa ainda assim.

O que percebo agora é que conforme foram se acumulando as feridas, muitas vezes, meu suposto estudo da Palavra tem sido não para conhecer mais a Deus, mas sim para mais facilmente identificar os "erros teológicos" dos outros, e assim, encontrar mais formas de me proteger de possíveis machucados e decepções.

É, ler a Bíblia pode sim ser ferramenta de separação e fruto de egoísmo. E medo.

Percebo que essa postura não tem me trazido os benefícios que supostamente deveria trazer.

Ela não tem me impedido de me machucar, e só tem esfriado meu relacionamento com Deus, me isolado das pessoas e me roubado oportunidades.

Graças a Deus, Ele é misericordioso para corrigir a quem ama...

E novamente, ache consolo nisso irmão.

Não é tarde demais para mim.

Não precisa ser tarde demais para você.

Nós, eu e você, precisamos conhecer a Palavra. Nós precisamos ser "obreiros aprovados que manejam bem a Palavra da Verdade" (2Tm 2:15). Mas, isso não significa estar numa luta contra tudo e todos, taxando tudo de heresia e tratando as pessoas que cometem qualquer erro como inimigas.

Um irmão que errou com você não é um inimigo.

É um irmão.

E ainda que existam doutrinas, teologias, idéias, que precisam ser combatidas, temos que combater estas, e não as vidas que as proclamam e defendem.

Temos que amar estas vidas.

E se você realmente conhece a "Palavra da Verdade", como você deve supor conhecer, e como eu acho que conheço, então você também conhece a passagem que diz que "dos ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus, é esperado que sejam encontrados fiéis" (1Co 4:1-2), e você inclusive provavelmente já a usou como desculpa para não dar crédito a alguém. Mas será que nós, eu e você, somos esses ministros fiéis?

Será que temos crido naquilo que Deus pede que creiamos?

Será que temos perdoado, como Deus pede que perdoemos?

Será que temos sido luz, como Deus pede que sejamos?

Será que temos amado aquilo que Deus ama?

Ou, será que temos é pago o mal com o mal e contribuído para que o mal que nos foi infligido não pare em nós, mas seja infligido também a outros?

Temos sido despenseiros da Graça e Mistérios de Deus, ou despenseiros de medo, desânimo, ceticismo, escárnio, e assim por diante?

Será que temos sido mais Saulo do que Paulo?

Se pergunte, nas conversas que você tem tido parte, como você tem contribuído?

As pessoas, após conversarem com você, tem saído edificadas ou meramente assustadas ou machucadas? (E as que concordam com você, será que é porque você está certo ou apenas elas estão tão erradas quanto você?)

Percebo agora que em algum momento no meio do caminho, de 2009 pra cá, eu me tornei menos parecido com Cristo do que eu era, ao invés de mais.

E é hora de corrigir isso.

Eu peço a Deus, neste instante, para que restaure a nossa fé irmão. A minha e a sua.

Eu peço a Deus que restaure o nosso amor.

Eu peço a Deus que nos ajude a nos unir em torno daquilo que somos semelhantes ao invés de nos separarmos por conta das diferenças, e que esta semelhança seja a fé e dependência em Jesus Cristo.

Eu peço a Deus que cure toda ferida e acabe com todo trauma.

Eu peço a Deus que sejamos mais vulneráveis, e portanto, mais abertos.

Eu peço a Deus que nós nos preocupemos mais em amar do que nos defender.

E convido você a fazer o mesmo.

Que nossos blogs, twitters, sites, comunidades de orkut, atos, palavras, vidas, sirvam mais para falar de amor, graça, esperança, e fé, do que para lutar com inimigos reais e imaginários.

Que Deus os abençoe, e que seus corações possam estar nas mãos carinhosas d'Ele, onde é o lugar mais seguro para se repousar.

Soli Deo Gloria.



sábado, 21 de agosto de 2010

Grão de mostarda


Oi?!

Vocês já viram um grão de mostarda? Pois é, eu também nunca tinha visto um "pessoalmente". Mas, recentemente, ganhei um de presente. Ele é minúsculo, redondinho, durinho e exatamente da cor do molho de mostarda (por que será?).

Quem me deu disse que era para que eu me lembrasse todos os dias o quão pequena é esta semente e lembrasse, também, da Palavra na qual diz que se nossa fé for do tamanho de um grão de mostarda, poderemos fazer grandes coisas.

"E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amendoeira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria."
Lucas 17:06

Chegou em boa hora. Tem coisas que a gente sabe mas acaba deixando de lado, não vivenciando, em virtude de diversos fatores que aqui não importam relatar. Entretanto, quando falamos em fé, é intrínseca a ela a condição de existência não importando as circunstâncias ou motivos.

Ora, a fé só existe de verdade se o objeto no qual você acredita não está visível aos seus olhos, se aquilo que você almeja ou espera não está em suas mãos. Quem precisa acreditar que um pássaro pode voar se basta olhar ao redor e os ver por toda a parte voando? Para isso não é necessário a fé; basta a razão.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."
Hebreu 11:1

"Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para a salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé."
Hebreus 11:7

A fé é um instrumento essencial na vida do cristão. Primeiramente, ela é o "escape" dado a nós por Deus para que não nos desesperemos diante dos problemas, tendo a certeza que Aquele a quem entregamos nossa vida a tem na palma de suas mãos; Ele nunca perdeu o controle; nEle esperamos e confiamos; independente das circunstâncias.
E como um processo cíclico e contínuo, através da nossa fé, esse "escape", adoramos e agradamos a Deus pelo fato de confiarmos inteiramente nEle.

"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam."
Hebreu 11:6

"Mas o justo viverá da fé; E se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele."
Hebreu 10:38

Eu sei que você pode estar pensando agora que é fácil falar o difícil é fazer. Bem, fácil não é. Nossa natureza humana pecaminosa é tendencialmente imediatista e necessita do palpável, de "ver para crer". Mas Deus é misericordioso, Ele explicou como a gente faz para conseguir.

"De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus."
Romanos 10:17

Quando tudo vai bem, quando tudo está dando certo você não vai precisar por sua fé em ação. Nos momentos difíceis, quando tudo a sua volta parece ser um enorme buraco negro e quando parece que Deus não está nos ouvindo, esse é o momento de fechar os olhos, ignorar a razão e as aparências e dizer: "Deus, eu posso não estar vendo, sentindo e nem mesmo com muita força para acreditar que tu estás trabalhando e fazendo o melhor por mim. Mas eu escolho confiar em ti. Dê-me forças para que eu rompa com minhas tendências falhas e nunca deixe de confiar em ti. Resolve por mim."

Nós sempre temos uma escolha. Mas Ele sempre nos mostra a melhor delas. Ele nos mostra que a melhor escolha é confiar. As vezes penso como deve ser desesperador não ter Deus na sua vida e não ter em quem esperar, não ter o conforto e a certeza da real felicidade. Graças a Ele que nos dá isso.

"Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, ²¹A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém."
Efésios 3:20,21

Que o Senhor continue nos abençoando e guiando.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

R E S P E I T O

Andar de ônibus, apesar do desconforto, nos proporciona uma coisa muito interessante que é a interação e o observar de perto as pessoas, seus comportamentos e linguagens, coisa que não ocorre quando estamos dentro de nossas “bolhas”, como por exemplo, nossos carros. Não estou dizendo aqui que prefiro andar de ônibus, que fique bem claro, portanto, se alguém quiser me dar um carro de presente, sinta-se a vontade (ressalte-se que eu achei o UNO novo lindo; fica a dica ;D ); entretanto, precisamos achar coisas boas, retirar lições das situações que nos são impostas. Assim crescemos, melhoramos.


Neste sentido, em uma das minhas idas e vindas de ônibus nesta semana, observei um comportamento em particular e, desta vez, para comigo. Estava eu lendo feliz e alegremente meu livrinho do Calvin&Haroldo, me divertindo com as peripécias daqueles dois, quando escutei uma voz que parecia dirigir-se a mim em um tom incisivo com a seguinte frase: “Você quer afastar para lá para eu sentar ai?”; levantei a cabeça e era mesmo comigo, uma senhora estava em pé ao meu lado falando isso.


Não muito feliz com a situação, posto que me senti desrespeitada, respondi calmamente: “Não, eu levanto, afasto e a senhora pode passar e sentar-se aqui do meu lado”. E foi o que fiz. Ela fez uma cara de desdém, passou e sentou-se ao meu lado mesmo contrariada, já que ela queria o meu lugar na cadeira do corredor e eu afastei para que ela sentasse na cadeira junto à janela.


No resto da viagem Calvin&Haroldo ficaram meio desprezados, pois eu não conseguia parar de pensar naquela situação: o ônibus estava vago, bastante vago, acrescente-se, eu não estava nos acentos preferenciais de idosos, mas aquela senhora sentiu-se no direito de querer que eu saísse do meu lugar para ela sentar nele, e mais, ficou com raiva porque eu não o fiz.


Pensando sobre isso tudo, percebi que, apesar do que muitos possam afirmar em vias de “dito popular”, isso não se deve ao fato daquela pessoa ser idosa, mas sim pela falta de educação e amor ao próximo. Já vi muitos idosos carinhosos, compreensivos, educados, que respeitam as pessoas e não acham que podem tudo por serem mais velhos; o respeito está acima disso, independe de idade, sexo, raça, religião ou classe social. Está intimamente ligado à educação e ao temor a Deus.


Se o ônibus estivesse lotado ou se eu estivesse sentada nos acentos preferenciais de idosos certamente cederia meu lugar para ela. Mas é tão absurdo que eu tivesse que sair do meu lugar por um simples capricho e falta de respeito! Educação e amor ao próximo faltaram àquela senhora. Se ela tivesse educação não teria me abordado de forma tão absurda; se ela tivesse amor ao próximo não teria agido comigo como não gostaria que agissem com ela.


A Palavra é clara ao retratar que devemos amar ao próximo como a nós mesmo e que quem não ama ao próximo não pode dizer que ama a Deus, senão vejamos:


Mateus 19:19:

Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.

1 João 4:20:

Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?


O problema é que, quando falamos em “amar ao próximo”, as pessoas tendem a idealizar essa frase, o que tornaria a ação ordenada impossível. Ao ordenar que devemos amar ao próximo como a nós mesmo, Deus nos mostra que devemos agir com respeito e educação para com os outros, que não devemos fazer aquilo que não gostaríamos de receber. Mostra-nos, ainda, que, acima de tudo, devemos saber que Jesus morreu, também, por aquela pessoa que está ao seu lado e você nem conhece; diante dEle ela tem o mesmo valor que você: o sangue de Jesus derramado na cruz.


Amar ao próximo como a si mesmo significa dizer que você entende que aquela pessoa merece o mesmo respeito que você espera ter, que aquela pessoa tem o mesmo valor que você, que é sua obrigação ajudar aos que precisam quando puder e mostrar a luz de Deus em sua vida. Não significa que por sermos cristãos devemos nos deixar humilhar (lembre-se, é “como a si mesmo”, não acima de si), mas você pode fazer valer seus direitos com educação.


Não importa quantos anos de pastorado alguém tenha, se já leu a Bíblia toda 50 vezes, se está na igreja todos os dias, se faz caridade às instituições: se ainda não entendeu a mensagem central deste texto, se ainda não procura aplicá-la em sua vida, está precisando começar tudo de novo. Temos consciência de que não somos perfeitos, que erramos todos os dias e que todos, redundantemente eu digo – sem exceção –, precisamos melhorar a cada novo dia, conhecer e prosseguir em conhecer a Cristo. Esta simples consciência do que devemos fazer, do que significa o que Deus nos ordenou, já é um bom começo, o passo seguinte e tentar efetivar a idéia.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

[AVISO: Post longo adiante! :P]

A Paz!


Agora, gostaria de compartilhar algo que eu escrevi a um tempo atrás, em um e-mail...

Gostaria de falar um pouco sobre a Lei. E fé.

A Bíblia é um livro fantástico. É incrível como, se estivermos com os olhos abertos, ela "ilumina" a si mesma. E a nós.

Vamos pegar duas passagens aparentemente "desconexas".

Mateus 19:16-22
"E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades."

E...

Romanos 10:1-13
"Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.
Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.)
Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.)
Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,
A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.
Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.
Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo."

Agora, observemos os versos destacados.

Há vários que utilizam a passagem de Romanos para justificar que a Lei estaria supostamente "ultrapassada", ao passo que muitos se questionam acerca da passagem de Mateus quanto ao papel das posses na vida do Cristão.

Questionamentos válidos, e até mesmo com um certo background bíblico.

Mas, será que é esse mesmo o foco?

Minha experiência pessoal me leva a crer que não.

E essas duas passagens, aparentemente desconexas, vão me ajudar agora...

Uma coisa a se manter em mente é que uma tradução, por mais correta que seja, pode acabar perdendo algumas nuances do discurso que ficariam mais claras em seu contexto original. E, isso é algo que acontece em Romanos 10:4.

A palavra fim, apresentada nesse verso, é no grego "telos", que, contrario ao que uma leitura superficial tradicional indicaria, não significa término, mas sim objetivo.

Então, seria uma interpretação mais saudável crer que Cristo não põe termo à Lei, mas sim, que a Lei ajuda a nos levar à Cristo?

Indo agora para a passagem encontrada em Mateus, e mantendo o mesmo pensamento de observar o texto original, vemos que a palavra "perfeito" do verso destacado é no original "teleios", termo derivado de "telos" que acabamos de ver.

Poderíamos então ler esta passagem da seguinte forma:

"Se queres realmente atingir o objetivo/fim..."

Tendo estas duas observações em mente, vamos pensar...

O jovem perguntou a Jesus sobre como atingir a vida eterna. Jesus respondeu que ele deveria guardar os mandamentos, dando enfase aos mandamentos "inter-relacionais", o que poderia erroneamente levar a uma idéia de salvação pelas obras, mas, quando o jovem afirmou que já observava tais mandamentos Jesus deu-lhe um novo mandamento que não estava contido na Lei. E a este o jovem não observou.

A não ser que eu esteja "lendo demais", a situação do jovem se encaixa perfeitamente no discurso de Paulo na outra passagem.

Paulo afirma que deseja a salvação de um povo, e que percebe que eles tem sim um certo zelo, mas um zelo com falta de entendimento, em que tentam fazer sua própria justiça ao invés da justiça de Deus. Falando que "o fim da Lei é Cristo".

O jovem tinha o "certo zelo", ele observava a Lei. Mas, lhe faltou o entendimento, assim como ao povo de Israel, que o "fim" da Lei, ou melhor dizendo, o objetivo da Lei, é Cristo.

De um ponto de vista Cristão, podemos afirmar que de nada adianta seguir a Lei se essa Lei não nos leva a Cristo. Se no fim das contas, não é n'Ele que depositamos nossa fé.

E foi isso que aconteceu com o jovem. A sua observância da lei não chegou até Cristo... Diante de uma atuação/ordenamento pessoal de Cristo/Deus em sua vida, a isso ele não se submeteu.

E então lembramos do objetivo desse jovem...

A vida eterna.

Será que a vida eterna tem algo a ver com não ter riquezas?

Talvez. No caso desse jovem, sim. Pois, no fim das contas, não se tratava das riquezas... mas sim de Jesus.

Jesus deu ao jovem a resposta que ele queria. E ele nem percebeu... Como quem "tem olhos mas não vê".

Quer a vida eterna? Confie em/ se entregue a/ se submeta a Jesus.

É para Ele que a Lei indica.

O caminho para os Céus não é outro...

1 João 5:4-5
"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.
Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?"

Apocalipse 21:1-7
"E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.
E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.
E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.
E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.
Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho."

O fim/objetivo da Lei é Cristo. (Se a observância da Lei não leva à Cristo, talvez seja "um zelo carente de entendimento"...)

Crer em Cristo e em suas promessas é ter fé.

Ter fé é vencer o mundo.

Vence o mundo quem é nascido de Deus.

O vencedor é aquele que herda a vida eterna e habitará nos Céus.

O vencedor é aquele que será filho de Deus.

Ser "cristão" é real e unicamente crer em Cristo e seu nome. Se trata muito menos do que você faz e muito mais de a quem você confia seu coração. Pois, ainda que você erre, se você entregar seu coração à Cristo Ele se responsabilizará por te aperfeiçoar.

Filipenses 1:6
"Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo"

E então sendo aperfeiçoado, essa fé genuína frutificará obras e observância da Lei por natureza...

Tiago 2:14-26
"Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.
Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.
E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?
Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta."

Sim, a caminhada para o Céu envolve obras. Mas não se trata de obras por si, e sim obras que são derivadas de fé, de confiança, de uma entrega Àquele a quem devemos pertencer.

O livro de Hebreus nos ensina o que é fé.

Hebreus 11:1
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."

Fé não é meramente crer em qualquer coisa. Fé é crer nas coisas que se esperam, aquelas pelas quais devemos esperar. As promessas. Aquilo que o próprio Deus nos diz parar crer, e não qualquer coisa em que desejemos acreditar...

Também, o livro dá um importante (e lógico) lembrete sobre fé...

Hebreus 11:6
"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam."

E para completar, Hebreus também nos dá ilustrações de fé interessantíssimas.

Como no caso do jovem rico, para os "heróis da fé" de Hebreus, fé não se limitava a uma observância superficial dos mandamentos.

Tomemos Abraão, Raabe e os israelistas no deserto como exemplos.

Abraão nem Bíblia (ou Torah apenas) tinha para observar. Fé na vida d'Ele foi confiar em Deus de que devia simplesmente se mudar!

Para Raabe, que era meretriz e nem ensinada "nos caminhos do senhor" fora, fé foi ouvir o direcionamento sobre como lidar com os espias.

Durante o sítio à Jericó, fé para os israelitas foi tocar trombetas andando em círculos!

Fé, na vida do jovem rico de Mateus, teria sido confiar em Jesus e fazer o que ele pedia, além da observância aos mandamentos... Mas, ele não teve fé.

A Bíblia é a expressão da vontade e identidade de Deus colocadas em palavras. Porém, sem fé, muitas vezes o que veremos serão apenas letras.

Sem fé é impossível agradar a Deus.

Sem fé é impossível se achegar a Deus.

Ser cristão é ter fé em Cristo e no Pai que o enviou. Ter fé no nome que está acima de todo nome.

Que possamos entender que a vida Cristã não somente não dá espaço para "negociações com Deus", como também que ela não se trata de mera obediência a um manual.

Vida cristã é relacionamento.

Relacionamento com Deus.

E para nos relacionarmos com Deus, antes temos de crer n'Ele.

Fé.

Soli Deo Gloria.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nome

João 1:12
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome"

Comecei a ler o Evangelho segundo João mais uma vez hoje.

Posso dizer que não cheguei a terminar o primeiro capítulo! Estava lendo acompanhado de um bom comentário, e então, ao chegar ao verso doze, me deparo com os seguintes comentários, dos quais farei uma tradução livre (Jewish New Testament Commentary - David H. Stern):

"Aos que crêem no seu nome. O conceito de "nome" no antigo Oriente Médio incluía tudo que uma pessoa era. Nós mantemos senso semelhante hoje quando dizemos que alguém fala em nome de alguém, o que significa que esta pessoa estaria se valendo da autoridade daquela e expressando sua visão. Confiar no nome de Jesus certamente não atribuiu propriedades mágicas ao nome em si."

"O poder de serem feitos filhos de Deus. Não seriam todos filhos de Deus? De certa forma, sim (Atos 17:28); realmente, todos são criados à "Sua imagem" (Genesis 1:26-27). Inúmeras vezes Deus se revela como um Pai (e até mesmo como mãe - Isaías 49:14-15). Mas aqui, ser "filho de Deus" significa ter um relacionamento íntimo e pessoal com Ele, como tiveram Abraão, Isaque, Jacó, Moisés e Davi. Deus falava com Eles pessoalmente, e eles falavam com Ele. E isso é a mesma coisa que sucede a todos quantos venham a depositar sua confiança no Messias [...]"

Bons comentários, mas não necessariamente nada de novo. Acho que toda pessoa com uma Bíblia de estudo já se deparou com idéias semelhantes em algum momento.

Mas, hoje, eu quebrei um pouco mais a cabeça sobre isso.

O debate sobre fé e obras é um debate comum para a igreja; de constante repetição. Há aqueles que insistam veementemente que basta fazer uma oração e dizer que crê em Deus para que a salvação já esteja garantida, aqueles que tentam comprar sua passagem para o "céu" com suas atitudes terrenas, e também aqueles que crêem que sim, a fé salva, mas, só é fé se acompanhada de obras.

Ao meu ver, tal debate se tornou um pouco mais claro hoje.

Jesus e seus discípulos eram Judeus, logo, é possível afirmar que ao se utilizarem de termos diversos, os utilizariam com os significados inerentes ao contexto em que estavam inseridos, e não, digamos, o significado dado pelos habitantes de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, em pleno ano de 2010. Assim sendo, lembramos do comentário destacado...

Um nome engloba tudo que uma pessoa é.

Sua essência e totalidade.

De tal forma, que, na Bíblia, era possível que, uma pessoa mudando de vida, seu nome também mudasse, como foi o caso de Jacó/Israel.

Então, o que realmente significa crer no nome de Jesus?

Ora, me parece claro...

Submissão completa à completude daquilo que Jesus é e representa.

Dentre outras coisas, esse pensamento põe fim ao debate acima citado.

Ora, como dizem por aí, até o diabo crê em Deus. Porém, ele não é o melhor exemplo de pessoa submissa à Deus (ainda que subjugado). Da mesma forma, ninguém é salvo por meramente fazer uma oração uma vez na vida dizendo que crê em Deus e Jesus se essa oração não gera o resultado de que esta pessoa de fato "abandonou o trono de seu coração e o entregou à Cristo" (e, se essa entrega ocorreu, então Deus usará essa pessoa para fazer as Suas obras).

Não se trata de "meramente" crer. Mas sim, de uma entrega total a algo muito maior.

A conversão genuína, e a fé, dão sim espaço para dúvida, na verdade, há quem diga que a fé necessariamente acompanha se não dúvidas, ao menos o espaço para dúvidas. Porém, "crer no nome de Jesus", implica em um novo nascimento, que gera em nós um novo coração; coração este que é marcado por novos desejos e vontades. Os desejos e vontades de Deus.

Pode o crente pecar e/ou sentir desejos pecaminosos? Sim. Somos um trabalho em construção.

Porém, o mais íntimo e profundo do coração do Cristão deseja à Deus, e à Ele agradar. E por isso lutamos contra a dualidade da nossa natureza de carne e espírito, na tentativa de fazer com que o espírito subjugue à carne para agradar ao Espírito, com "E" maiúsculo, o Espírito Santo de Deus que habita em nós.

O que traz mais respostas.

Cristão se questiona e erra, mas, ultimamente, ou melhor dizendo, no fim das contas, Cristão não diz "mas" para Deus.

Não existe Cristianismo seletivo ou parcial.

Não há espaço no relacionamento real com Cristo para coisas como:

Eu quero a benção mas não a cruz.

Eu creio que Jesus era muito sábio mas não sei se ele era Deus.

Eu amo à Deus mas não posso abrir mão disso ou daquilo. Ele me perdoa.

Eu amo a Epístola aos Romanos mas não acredito no Gênesis.

E qualquer "mas" dessa natureza.

Deus, o nosso Deus, é Deus zeloso. Ele nos quer por completo. Entrega total.

É isso que crer em Seu nome significa.

Se submeter à Sua autoridade e idéias, e representá-lo neste mundo.

Mateus 7:21-23
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?

E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade."

Na passagem acima vemos pessoas que fizeram "obras" no nome de Jesus serem rejeitadas como "desconhecidas".

Alguém pode se questionar o motivo, mas, o próprio texto o mostra de forma clara.

Cristo, trazendo novamente a questão de que crer implica em submissão à tona, afirma que entra no "Reino" aqueles que fazem a vontade de Deus, e então diz que não conhece estas pessoas que afirmam terem feito obras em seu nome e acusa-os de serem "iníquos".

Mostrando por um outro ângulo...

Eu posso trabalhar para uma empresa, ganhando benefícios por isso, como salário, e, agindo com a autoridade desta, sem crer nos ideais da mesma. Tendo uma relação de mero interesse com ela.

Mas, isso não é evangelho. Isso não é crer no nome de Jesus. Isso não é ser como Abraão, Isaque e Jacó.

Eu não confiaria a vida do meu filho a esta empresa. Assim como, diante de uma oferta melhor, eu prontamente poderia trocar de "Senhor".

Estes homens, faziam coisas em nome de Deus, se valendo de autoridade. Provavelmente, colhiam benefícios disso, como talvez o reconhecimento. E, esperavam ainda mais benefícios, como o ingresso nos céus.

Mas, praticavam a iniqüidade, a injustiça, o que mostra que não compartilhavam dos mesmos ideais, ou, por que não dizer, do mesmo coração que Jesus.

Eles não criam, de fato, no "nome de Jesus". Se de fato cressem, então, neles seria operado um novo coração que almejaria em tudo fazer a vontade do Pai, que é mutuamente excludente com o amor à iniqüidade, à injustiça.

Não dá para servir a dois senhores.

Ou a entrega é total, ou nada foi entregue.

Ou você crê e se submete a uma realidade que engloba a totalidade de idéias, mandamentos, ordenamentos e vontades de Jesus, ou, aquilo em que você diz crer não é Jesus, mas sim, uma idéia sua, sua visão.

Talvez seu deus seja você mesmo. Você vive pelo "seu nome".

É, até o "quem perder sua vida por amor de mim achá-la-á" faz mais sentido quando entendemos em que implica crer em um nome.

Que nós possamos nos analisar e reconhecer os nossos sentimentos mais profundos.

Que possamos identificar quem é que está assentado no trono de nossos corações.

Que possamos realmente entender o que significa crer no nome de Jesus.

E que possamos crer. Entregar. Submeter.

Vem Senhor, toma o que é Teu.

Soli Deo Gloria.